
Pelos corredores vazios vagueiam corpos perdidos, vazios de sentido, alheios ao espaço e ao tempo que já foi, esquecidos de todos. Caminham sem parar, embatem violentamente em cada obstáculo que encontram mas seguem a luz negra que reflecte cada um dos seus passos. Cheira a cadáver...a morte parou no caminho e sentenciou mais um corpo. Fraco e debilitado acabou por ficar caído naquele soalho frio. Não sei quem seria, apenas trazia a roupa num corpo gasto pelo tempo, cansado de tanto parar. Os restantes continuam o caminho - uns ainda à espera que um dia possam pisar descalços a relva húmida acabada de cortar, outros já conformados com o fechar vagaroso das cortinas da sala de jantar. Já sinto a dormência chegar.